Clara Battesini: de estagiária a Head de Operações
Clara Battesini sempre gostou de jogos de lógica e por isso se interessou por programação. Depois de largar a faculdade, encontrou na Cubos Tecnologia um local para seu crescimento acelerado.
Liderou diversos projetos de diferentes portes e áreas como Tech Leader e hoje é Head de Operações. Saiba mais sobre a história de Clara a seguir.
Quando você realmente começou a se interessar por programação?
Quando eu estava no colégio, conheci um amigo que trabalhava no setor de TI e estava fazendo faculdade de análise de sistemas. Ele me mostrou o que estava aprendendo e eu comecei a aprender a programar. Depois passou um tempo e eu comecei a desenvolver uns sites e voltei a programar em algo totalmente diferente, em desenvolvimento web (antes programava em c#). Eu gostava porque eram exercícios de lógica e eu gosto de coisas lógicas.
Quais foram os maiores desafios ao ingressar na área?
Antes de entrar na área, o desafio que enfrentei foi conseguir experiência. Na época queriam contratar estágio e eu tinha o problema que a universidade não queria assinar meu estágio. Uma parte difícil foi conseguir me achar dentro da área de tecnologia, sair do básico e me aprofundar. Poucos cursos trazem o conhecimento intermediário, achei um curso específico da Udemy que abordava os assuntos.
Ganhava muito pouco e precisava de dinheiro para investir em educação, em cursos. Tive que fazer algumas escolhas, passar alguns perrengues. Então foi um momento relativamente difícil.
Como foi a sua trajetória antes de entrar na Cubos?
Trabalhei em uma empresa e algum tempo depois não me via mais motivada nesse lugar, queria novos desafios. Lá trabalhávamos com PHP e eu já estava aprendendo Javascript em vários cursos na internet e sabia que era por esse caminho que queria seguir, então comecei a procurar outro estágio. Não tive a mesma sorte.
Com a desmotivação aumentando, eu estava pensando em parar de programar, desistir e seguir a carreira de designer, que era uma relativa zona de conforto para mim. Foi quando conheci a Cubos em um evento de empreendedorismo em um final de semana chamado Alavanque. Eu saí de lá energizada e muito feliz de ter conhecido o pessoal e lá mesmo no evento tinha marcado uma entrevista para a semana seguinte.
Fiz minha entrevista e recebi a negativa de que eu não havia passado no processo seletivo. Então eu pensei: “Esse é o sinal, programação não é para mim, vou arranjar outra coisa para fazer da vida.”
Como foi a sua trajetória dentro da Cubos?
Na semana seguinte da negativa, recebi uma mensagem dizendo que estavam com um novo projeto na casa e que a vaga de frontend tinha aberto novamente e tinham gostado de mim. Perguntaram se estava disponível para começar. Fiquei algum tempo sem responder, totalmente extasiada. Foi tempo suficiente para ligarem perguntando se eu havia recebido a mensagem.
Algo dentro de mim ainda queria saber mais de programação, era a minha oportunidade de me desenvolver profissionalmente.
Combinei comigo mesma que era a minha última chance. Se não desse certo desistiria de vez de programar. Fui a 11ª pessoa a entrar na Cubos. Spoiler: deu certo.
Dentro da Cubos, passei por muitos projetos: Grapatas, São Paulo Engenharia, 5 Doctors, Ecoluz, Guia meu pet, Huntvision, Hospital Digital, Selfstorage, Zigpay, Zakpay, Cubostime, Cubosdash e Brik.
Comecei fazendo landing pages e depois comecei a aprender react. Fui me desenvolvendo e me interessando pelos projetos. O que ia aparecendo, eu ia pegando.
Teve um projeto ainda como estagiária que eu fiz o backend também (sem saber muita coisa) porque a pessoa da equipe tinha ficado doente. Se eu não tivesse feito o backend, a gente ia atrasar a entrega para o cliente. Eu consegui e entreguei no tempo.
Eu acordava pensando em código, comia pensando em código e sonhava com código. Foi uma fase de muito aprendizado e muito feliz da minha vida, porque ao mesmo tempo em que estavam acontecendo todos esses desafios, eu tinha muita gente boa ao meu redor e consegui fazer grandes amizades que pretendo carregar por bastante tempo. Próximo de um ano como estagiária, fui contratada.
Pouco tempo depois, fui convidada para liderar um projeto. Esse cargo até então não existia oficialmente. Fui a primeira líder de projeto da Cubos. O período de liderança foi bem cumprido, cheio de altos e baixos. Em uma época, fui líder de projeto e líder técnica de frontend ao mesmo tempo. Em outra época, eu participava de 4 projetos diferentes ao mesmo tempo, 2 liderando e 2 codando, então trabalho foi o que não faltou e coragem também.
Comecei a aprofundar mais meus conhecimentos em gestão no Zakpay, um projeto que eu fiquei dedicada por bastante tempo e no qual liderei 25 pessoas. Fui me aprofundando e especializando mais em conceitos sobre arquitetura de equipe e gestão ágil. Passei cerca de dois anos nesse projeto e em 2019 fui convidada para ser Head de Operações da Cubos, assumindo em janeiro de 2020 um departamento com quase uma centena de pessoas. Não concluí minha graduação inicial, mas estou concretizando planos para iniciar uma nova graduação no Canadá em 2022.
Você imaginou que algum dia se tornaria head? Qual foi a sensação?
De forma nenhuma, nem sabia o que era Head. Eu nunca imaginei que fosse passar tantos anos na Cubos e chegar onde cheguei. Não porque eu não acreditasse, é como se não tivesse a concepção disso na minha cabeça. Foi uma mistura de sentimentos, é um reconhecimento ao trabalho que eu fiz com um misto de “vai ser muito difícil”. Eu pedi tempo para pensar. Tenho um pensamento de não querer me meter onde não sei, é um alinhamento de expectativas.
Você acha que o mercado tecnológico vai se abrir mais para as mulheres?
Eu acho que é possível o mercado ter mais mulheres. O que eu acho que precisa fazer para mudar isso é mostrar mais essas profissões como possibilidade de carreiras para mulheres, para que isso aconteça e tenha um aumento de mulheres que se inscrevam e participem. Sejam elas de base técnica ou não.
Qual conselho você deixa para as meninas que querem ingressar?
“Se quiser ir rápido, vá sozinha. Se quiser ir longe, vá acompanhada.” Conheça pessoas, fortaleça o networking, participe de eventos e comunidades. Isso faz muita diferença no início. Hoje existe muito incentivo e iniciativas para mulheres, você pode pesquisar esses programas. O maior conselho que eu posso dar é fortalecer o senso crítico. Isso é diferente de criticar por criticar, mas trazer uma crítica embasada ajuda a gente a se posicionar melhor e a argumentar as nossas decisões de forma mais compreensível.