Adê, Giuliana, Larissa, Lorrane, Amanda e Railane. Desenvolvedoras backend e frontend, Product Designer, Product Manager e Analista de Qualidade que criam tecnologia com significado todos os dias aqui na Cubos.

O mercado de tecnologia ainda tem menos mulheres que homens, mas elas acreditam que esse cenário pode e deve mudar e dão dicas para as mulheres que desejam atuar na área. Confira a seguir o que elas têm a dizer!



Adê Sousa
Desenvolvedora Backend

"Meu primeiro contato com programação veio a partir de um curso técnico em eletroeletrônica. Após o curso, ingressei na UNEB, no curso de sistemas de informação, e de lá pra cá não parei. Trabalhar com desenvolvimento envolve aprendizagem contínua. Embora os comandos sejam basicamente os mesmos, os processos mudam conforme a regra do negócio, então sempre temos desafios a superar e coisas novas a aprender.

Sempre tem um estranhamento das pessoas ao falar sobre a minha profissão, o mercado é majoritariamente masculino e nós sabemos disso. Porém, nunca sofri nenhum tipo de preconceito por ser mulher, sempre fui respeitada tanto na sala de aula quanto no ambiente de trabalho. Uma pessoa que admiro me falou uma frase um dia: “os espaços estão aí e cabe a nós ocupá-los". Então metam as caras mesmo, não precisamos estar 100% prontas.

O crescimento e o conhecimento são conquistados ao longo do tempo e lembre-se: ninguém nasce sabendo. Enquanto vivermos em uma sociedade que deixa claro o que são “coisas de meninos” e “coisa de meninas”, continuaremos tendo uma ou duas desenvolvedoras em uma empresa de 130 pessoas. As mulheres precisam acreditar de verdade que o lugar delas é onde elas quiserem, seja cuidando de pessoas como enfermeira ou programando um computador, como eu faço."



Amanda Brietzig
Product Manager

"Eu tive contato com a tecnologia desde cedo. Lembro que no jardim de infância tínhamos "aula" de computação - que basicamente envolvia ficar brincando no paint ou jogando diversos jogos hahaha. Minha mãe, no Ensino Médio, me incentivou a estudar mais sobre a área de programação, me matriculando em um curso técnico, e foi aí que eu fiz uma imersão no universo da tecnologia. Depois do curso, fiquei muito interessada na área e decidi fazer faculdade de Sistemas de Informação.

Tanto no técnico como na faculdade eram muito poucas as alunas mulheres e geralmente com o passar dos semestres elas iam desistindo do curso. Então muitas vezes eu me via em um ambiente predominantemente masculino e não me sentia muito confortável com isso. Não tinha muita diversidade.

Mas cada vez mais eu vejo mulheres se unindo, organizações de mulheres surgindo e debatendo sobre a área, dando suporte e empoderando outras mulheres e acho isso muito importante.  Eu espero que cada vez mais mulheres venham, façam parte desse universo, sintam-se à vontade nele e incentivem outras mulheres a virem também."



Giuliana Reis
Desenvolvedora Backend

"Atuar como desenvolvedora exige muito estudo, persistência para não desistir quando aparecerem as chuvas de erros e ficar feliz só porque o erro foi diferente. Mas quando dá certo, é uma sensação maravilhosa e indescritível.  Se você tem interesse pela área, o meu conselho é: se jogue! Com cautela, mas se jogue. Existem cursos na Udemy também, que dá para você ter uma ideia se gosta. Caso veja que realmente é algo que você quer, não deixe que pensamentos negativos a atrapalhem.
Pensamentos como "sou mulher, não vai ter espaço para mim ou não vou conseguir aprender", a velha síndrome do impostor costuma atingir muito as mulheres. Tenha em mente que você vai conseguir! Existe espaço sim para todas e nós somos muito mais fortes e inteligentes do que pensamos. Temos várias comunidades de apoio a mulheres e graças a essas iniciativas, a nossa presença tem crescido cada vez mais nesse mercado e vamos continuar assim. Enfim, contem comigo e com muitas outras que já fazem parte desse mercado maravilhoso e em constante crescimento."



Larissa Dantas
Desenvolvedora Frontend

"A entrada em um mercado tão inovador pode ser um tanto desbravadora, mas é necessário ser autodidata para acompanhar. É muito importante buscar o conhecimento, ser mais proativa e estar atenta às tendências, seja por posts em blogs, documentações de alguma lib, e também estar atenta aos movimentos do mercado de trabalho em TI.

Além de saber o que estudar, saber das novidades, é necessário praticar, pois por mais que o mercado seja gigantesco, a maior parte dele exige experiência e é um dos poucos que você mesma pode construir a sua própria, como projetos criados por ti e publicados no GitHub. É necessário ter a sabedoria de que você não saberá tudo de uma vez, o conhecimento é adquirido aos poucos e com prática, e junto com soft skills irão te elevar muito na carreira."



Lorrane Santos
Product Designer

"A tecnologia sempre foi algo muito distante, ninguém na minha família conhecia e eu achava que isso não era pra mim. Tive muita dificuldade em ter acesso durante a minha adolescência e só consegui ter meu primeiro computador depois que comecei a trabalhar.

Quando comecei a me interessar profissionalmente pela área, as pessoas me diziam que o ramo era muito difícil e que você precisava ser praticamente um gênio para conseguir trabalhar com isso, o que me desencorajou a tentar e para piorar, eu não tinha referenciais de mulheres na área tech... todas as meninas que eu conhecia queriam ser médicas, secretárias, enfermeiras, não é algo que é incentivado nas escolas (pelo menos não para mulheres).

Minha maior dificuldade como mulher na área sempre foi adaptar a minha rotina aos estudos e a busca por emprego. Mulheres geralmente cuidam do lar (e das pessoas que moram nele), o que nos deixa menos tempo para nos dedicar a aprender e demonstrar esse aprendizado aos recrutadores, assim as nossas oportunidades são mais escassas por conta dessa realidade. Muitas empresas ainda consideram isso um risco, um incômodo e preferem contratar homens.

Mas apesar de tudo, a área tech tem muito espaço (boa remuneração, rotina flexível, desafios e oportunidade de crescimento) e espaços que precisam ser ocupados pelas mulheres. Mulher é força, é beleza, é criatividade e isso é tudo que o mercado precisa. Espero que, em breve, ver uma mulher trabalhando em tecnologia seja cada vez mais comum, até eu não precisar mais contar quantas mulheres estão ao meu lado."



Railane Passos
Squad Leader e Analista de Qualidade

"Já senti e ainda sinto dificuldades técnicas e procuro por meio de meus estudos sempre superá-las. Já trabalhei em uma empresa onde recebi um salário menor que meus colegas, mas costumo acreditar que foi pelo fato de não ter um certificado na área em que estava atuando. Lembro-me de uma “piada” que ouvi em um trabalho, o dono da empresa fez o seguinte comentário: "Resolvi contratar uma mulher para alegrar o dia de trabalho, aqui só tem homem!".

Na época não percebi nada demais, porém hoje penso que deveria ter sido contratada por ser uma excelente profissional na área e não por ser piadista ou algo do tipo. Vejo outras mulheres percebendo muitas outras situações que eu possa ter vivenciado, mas eu não enxergava na época, então não me lembro de episódios onde eu tenha sofrido por ser mulher.  Acredito que tem sim crescimento para a mulher, porém muitas de nós não temos a liberdade de gostar de coisas consideradas masculinas.

A dica é uma palavra: resiliência. Muitas vezes parece que o mundo está totalmente contra você e tudo parece que não vai dar certo, sendo preciso ser muito resiliente e confiar no seu potencial, na sua luta. Só você sabe como é sua vida e o que você precisa, então é necessário aprender com nossos erros, tocar o barco e seguir nossa vida na direção que acreditamos ser a mais adequada de acordo com as nossas prioridades."