A pandemia do novo Coronavírus provocou retrações em março, abril e maio de 2020. Entretanto, o primeiro semestre deste ano contou com US$ 691,2 milhões investidos em 172 rodadas, segundo estudo do Distrito. O período foi o segundo semestre a mais receber recursos na história do capital de risco brasileiro, atrás apenas do US$ 1,4 bilhão no primeiro semestre de 2019.
Por isso, preparamos este artigo para te ajudar a entender melhor os dados do mercado de venture capital brasileiro em 2020, os setores que mais atraem investimentos e as perspectivas para os últimos meses deste ano. Fique atento às informações!
Mesmo com pandemia, primeiro semestre de 2020 teve impacto positivo
Instituições ligadas à inovação e ao mercado de startups em todo Brasil apresentaram um crescimento significativo ao longo dos últimos anos. Em 2011, o Distrito, ecossistema de inovação independente, contabilizou cerca de 720 negócios. Atualmente, os dados registram mais de 9.870, espalhados por 634 cidades brasileiras – isso mostra um crescimento superior a 1.300%.
Como já dito anteriormente, US$ 691,2 milhões foram investidos em startups ao longo de 172 rodadas no primeiro semestre de 2020. Grande parte do número se deve ao fato da Loft ter se tornado um unicórnio após uma rodada de US$ 175 milhões no mês de janeiro. Já em fevereiro, US$ 101,7 milhões foram divididos entre 26 aportes de negócios escaláveis, inovadores e tecnológicos.
Apesar da queda de 51% em relação ao primeiro semestre de 2019, a Distrito destacou que rodadas específicas ajudaram a aumentar exponencialmente os resultados do ano passado - somente Creditas, Loggi e Gympass receberam juntas um aporte de US$ 681 milhões.
Outro dado que merece atenção é que o valor de captação para investimentos em startups no primeiro semestre de 2020 foi 52% maior que o do primeiro semestre de 2018 e 100% superior que o mesmo período de 2017.
Setores que mais atraem investimentos e tipos de rodadas recorrentes
Proptech, Supply Chain e fintechs são os setores que mais receberam recursos ao longo do primeiro semestre deste ano, com US$ 182, US$ 88 e US$ 83 milhões respectivamente. Já em número total de aportes, a classificação é modificada: fintechs (23 rodadas), healthtechs (21) e adtechs (20).
As rodadas de investimentos em startups mais comuns no período foram em early stage (anjo, pré-seed e seed). Contudo, o maior volume captado ficou concentrado em startups de estágio avançado. As rodadas late stage reuniram 89,2% do investimento.
Os dados apresentados mostraram ainda que todos os estágios aumentaram sua captação média. A mediana do série A se aproximou de US$ 4 milhões e a do série B se manteve em US$ 20 milhões.
Previsões para restante do ano
As previsões realizadas pelo Distrito para os próximos meses no mercado de venture capital revelam que os investimentos devem continuar. Segundo a estimativa, os fundos continuam capitalizados e as startups precisando de financiamento. Entretanto, a participação dos investidores estrangeiros deve diminuir.
Tomando como base o mercado de venture capital americano após a última grande crise de 2008, o Distrito destacou que as rodadas devem se concentrar no estágio seed: soluções que necessitam de menores investimentos e são normalmente responsáveis por um maior nível de disrupção de problemas atuais.
Já o tamanho das rodadas deve se manter estável nos próximos trimestres, com a presença rara das chamadas megarodadas (acima de US$ 50 milhões).
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