As fintechs tem promovido uma verdadeira revolução em todo ecossistema financeiro e bancário. Mas, isso vai além da inovação e da oferta de novos produtos. Essas empresas têm papel fundamental na democratização de serviços e na inclusão financeira.

Até janeiro de 2021, cerca de 34 milhões de brasileiros ainda não tinham acesso a bancos e muitas dessas pessoas enfrentavam dificuldades de acesso, além de soluções não adequadas e excludentes para as suas realidades financeiras.

E é justamente na solução desses desafios que as fintechs de nicho têm se mostrado uma das tendências mais relevantes do mercado bancário. Por esse motivo, neste artigo, você entenderá seu conceito, se vale a pena investir mesmo no setor e como elas aumentam a inclusão financeira. Boa leitura!

O que é uma fintech de nicho?

O primeiro ponto é que as fintechs de nicho apresentam as mesmas características que as demais empresas do setor. Por exemplo, são 100% digitais e contam com soluções financeiras desburocratizadas e taxas mais acessíveis.  

Contudo, a grande diferença é que elas trabalham com segmentos mais específicos de mercado. São empresas que se relacionam com diferentes nichos não contemplados pelas instituições financeiras tradicionais e demais fintechs. E por esse motivo, oferecem soluções mais direcionadas.

Por conta dessa característica de relacionamento mais restrito e aproximado com seus clientes, as fintechs de nicho contam com ofertas de soluções mais personalizadas e atendimentos de acordo com cada necessidade. E não por acaso, muitas trabalham em parceria com ONGs e iniciativas sociais.

Por que as fintechs estão apostando em nichos?

O primeiro ponto é que “o mercado de fintechs se tornou muito competitivo e as empresas que estão indo para nichos buscam uma nova estratégia, um diferencial de negócio”, revela Camila Duarte, Gerente de Negócios da Cubos Tecnologia.

Mas aí você pode estar se perguntando: reduzir o alcance a públicos muito específicos não trará mais dificuldades para as empresas?

A personalização é o segredo do sucesso das empresas, garantindo a elas importantes vantagens:

  • Maior fidelização: as empresas contam com clientes que possuem maior afinidade com a marca. Sendo assim, poucos estarão dispostos a migrar para a concorrência;
  • Atendimento mais personalizado e soluções de sucesso: as empresas conhecem seus clientes e criam um ecossistema de produtos e serviços mais sólidos;
  • Maior alinhamento com valores e propósitos: as fintechs de nicho abraçam causas que também fazem parte da realidade dos seus clientes.

Por que investir em uma fintech de nicho?

As fintechs de nicho detém um enorme potencial de crescimento. Por sua característica de resolver dores específicas do mercado, contam com uma alta possibilidade de ganhos em escala.

Elas também são capazes de oferecer serviços financeiros customizados para as necessidades específicas de determinados grupos, como as associações, por exemplo. Dessa forma, torna-se mais fácil manter o foco no negócio proposto.

Outro ponto muito relevante é que os seus clientes reconhecem o valor de um atendimento mais personalizado e humanizado. E, dessa forma, costumam se tornar defensores da marca.

“A missão das fintechs de nicho é algo mais grandioso, e o público sabe disso, busca essa afinidade”, destaca Duarte.

Como as fintechs de nicho aumentam a inclusão financeira?

A principal diferença das fintechs de nicho é a forma em que seus produtos e soluções financeiras são oferecidas e, principalmente, os grupos que são ofertados.

O leque de possibilidades é variado e engloba:

  • Minorias sociais (negras, moradores de comunidades e portadores de necessidades especiais);
  • Divisão por perfis de consumo (como geeks, gamers e mais grupos);
  • Divisões demográficas e por faixas etárias;
  • Grupos de profissionais ou perfis de empresas (catadores de produtos recicláveis, empregadas domésticas, MEIs).

Em resumo, essas empresas estão atentas a nichos sociais que não são atendidos de forma satisfatória por instituições e soluções financeiras já existentes.

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