Desde o anúncio oficial realizado pelo Banco Central, muita gente se pergunta o que é PIX. Considerado um dos sistemas pioneiros no mundo, o PIX garantirá a realização de pagamentos instantâneos no Brasil, com transferências que não precisarão esperar o famoso expediente bancário.

Não é muito difícil ver o quanto isso vai transformar todo o mercado, principalmente as instituições financeiras e as fintechs. Porém, dúvidas sobre como esse sistema vai funcionar no país ainda podem existir.

Quer entender o que é PIX e as mudanças que ele trará para o mercado? Neste artigo, entenda o papel desse sistema, quais as suas vantagens e quem deve adotá-lo. Acompanhe!

O que é PIX?

O PIX é um sistema de pagamentos instantâneos que tornará possível realizar transferências bancárias e pagamentos imediatos. Na prática, isso significa que transferências poderão ser realizadas 24 horas por dia, nos 7 dias da semana, sem nenhuma preocupação com o expediente bancário.

O sistema promete revolucionar o modelo atual de pagamento no Brasil, que inclui TED e DOC como operações para a realização de transferências. Além disso, as regras de instantaneidade incluem até mesmo operações de pagamento entre instituições financeiras diferentes.

A marca PIX foi lançada oficialmente em 19 de fevereiro de 2020, mas tem previsão de começar a operar a partir de novembro desse mesmo ano. Assim como o sistema de pagamento que envolve TED e DOC, todos os bancos que atendem aos requisitos mínimos deverão oferecer o PIX.

Como os pagamentos instantâneos vão funcionar no Brasil?

Falar em pagamento instantâneo talvez não explique totalmente o que é PIX e como ele atuará no mercado. A instantaneidade que o PIX trará, na verdade, vem de outro ponto fundamental que será instaurado com o sistema: a digitalização do dinheiro.

Essa digitalização será responsável por tornar os pagamentos, principalmente entre instituições bancárias diferentes, mais ágeis e seguras. Ela também trará outras vantagens, como a possibilidade de incentivar o uso de QR Code para fazer transferências e pagamentos.

Essas são apenas algumas das vantagens da utilização do PIX. Para entender realmente como o sistema funcionará no país, é necessário olhar com mais cuidado para a forma como os pagamentos funcionam hoje e saber o que vai mudar.

Como funciona hoje?

Quando pensamos em pagamentos e transferências, logo lembramos de boletos, cartões de débito e crédito ou, ainda, os TEDs e DOCs. O grande problema dessas modalidades de pagamento está no custo operacional, que é repassado para o cliente.

Hoje, uma simples transferência entre contas de bancos diferentes pode custar uma taxa de R$ 20. Da mesma forma, lojistas e quaisquer outras pessoas que recebem pagamentos por cartão de débito ou crédito podem sofrer com as altas taxas cobradas pelas maquininhas de cartão.

Além disso, nem sempre o valor transferido ou pago por meio de cartão está disponível de forma imediata. É possível que demore alguns dias ou mesmo um mês inteiro para que o valor seja disponibilizado, como é o caso de alguns pagamentos realizados com cartão de crédito.

O que muda após o PIX?

Agora que entendemos melhor o contexto em que estamos inseridos, fica mais fácil compreender o papel que o PIX pode desempenhar. O sistema funcionará como uma forma de desburocratizar o pagamento, conectando todas as instituições financeiras, usuários e lojistas em um sistema único.

O processo todo vai funcionar como uma transação P2P (Peer-to-Peer), ligando de forma imediata ambas as partes da operação financeira. É esse processo direto de ligação entre as partes, sem o intermédio constante das próprias instituições financeiras, que permite a instantaneidade da operação.

Isso é possível a partir de um sistema baseado no protocolo "ISO20022", que permite a catalogação completa de usuários, instituições e operações financeiras. A proposta é que todo o processo seja tão rápido quanto o envio de uma mensagem, disponibilizando o valor poucos segundos após o pagamento.

Quais as vantagens?

Não é muito difícil compreender algumas das vantagens que o PIX trará para o mercado. A mais óbvia delas é a rapidez no processamento de pagamentos, com a promessa de efetivar as transações em menos de 10 segundos, além da possibilidade de realizar operações financeiras a qualquer momento.

Porém, não para por aí. O Banco Central afirma que o lançamento do sistema trará muitos outros benefícios para usuários, instituições financeiras e fintechs. Confira alguns deles:

Redução de custos

Uma das coisas que o Banco Central destaca é a importância dos pagamentos instantâneos para a redução de custos, tanto para as instituições financeiras quanto para o próprio usuário. A expectativa é que o barateamento dos custos operacionais possibilite a redução das taxas cobradas pelos bancos.

Agilidade em compras

Outra vantagem é que o PIX tornaria as compras em e-commerce muito mais rápidas. Hoje, o pagamento por boleto ou cartão pode levar alguns dias úteis até ser finalizado, o que torna a compra on-line mais demorada. Com o PIX, o pagamento seria instantâneo e permitiria que a compra passasse para as próximas etapas mais rapidamente.

Segurança

Ainda não está totalmente claro como o sistema do PIX funcionará na prática, mas o Banco Central afirmou que utilizará autenticação biométrica e reconhecimento facial como suporte. O objetivo é tornar as operações ainda mais seguras, evitando fraudes.

Quem deve adotar?

A utilização do sistema PIX será obrigatória para todos os bancos e fintechs que contem com uma base de mais de 500 mil contas ativas. Essas instituições terão até novembro de 2020 para se adaptar ao novo sistema, oferecendo aos usuários todas as funcionalidades do pagamento instantâneo.

Atualmente, mais de 90% das contas bancárias brasileiras são de instituições financeiras que estão dentro do critério estipulado pelo Banco Central. Isso significa que a maioria dos brasileiros já terão acesso ao PIX no fim de 2020.

Agora, você sabe o que é PIX e como os pagamentos instantâneos no Brasil funcionarão. Esse é só mais um dos passos para o futuro do mercado financeiro. Confira nossa entrevista com o Consultor de Banking Alcides Rocha e entenda o papel da transformação digital nos bancos!